sexta-feira, 13 de julho de 2007

Expresso a Paris


“Expresso a Paris” foi um dos temas da autoria de Fernando Farinha que ele não chegou gravar antes de sua morte. Estou aqui a publicar a cópia deste fado escrito pelo Fernando Farinha para que talvez um artista queira o divulgar e difundir o seu próprio repertório. Para mim foi sem dúvida uma fase importante na minha vida conhecê-lo e de ter o seu carinho...Belos Tempos.




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EXPRESSO A PARIS

Lêtra e Música de Fernando Farinha


Entrei no comboio
De malas na mão
Destino Paris
Ou continuação

Lágrimas caindo
Lenços acenando
Um adeus à terra
Até não sei quando

Estremece o comboio
Começa a viagem
Um breve silêncio
Enche a carruagem

Só Deus sabe e entende
A causa importante
Do homem que parte
P’ra ser emigrante

O comboio apíta
Entra entra em velocidade
E quanto mais anda
Mais cresce a saudade

Perto da fronteira
Do país vizinho
Abrem-se cabazes
Há perfume e vinho

Depois do petisco
Fala-se da vida
Joga-se à sueca
E à bisca lambida

Já vai alta a noite
E o sôno sem vir
Quem pensa em futuro
Não pode dormir

Corpos contorsidos
Erguem-se de esperança
Está nascendo o sol
Já se vê a França

Às sete da tarde
Chegada a Paris
Adeus companheiro
Que sejas feliz

Assim se despedem
Lestos lá vão
Em busca da sorte
De malas na mão

Uns ficam ali
Outros mais além
Algum sem família
Outros, sem ninguém

Não há desventura
Mais triste e brutal
Que ser Português
Sem ter Portugal!

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segunda-feira, 7 de maio de 2007

Nóbrega e Sousa


Carlos de Melo Garcia Correia Nóbrega e Sousa nasceu em Aveiro em 1913. O seu nome ficará eternamente associado como um dos mais importantes compositores da música ligeira em Portugal. Completou o Curso Superior de Piano do Conservatório e com apenas 15 anos de idade compôs a sua primeira obra musical. Aos 27 anos tornou-se o chefe da secção de música ligeira da Emissora Nacional e foi nesta altura que o seu primeiro grande éxito foi conhecido na voz de Maria de Fátima Bravo na composição Vocês Sabem Lá. Para Nóbrega e Sousa este foi o momento em que sempre sonhou. De ser o compositor aclamado e de ser procurado por cançonetistas , fadistas e mestres de orquestras. Nóbrega e Sousa escreveu músicas para o teatro de revista, filmes portugueses e compôs mais de 400 canções e fados. Escreveu para Francisco José, Tristão da Silva, António Calvário, Simone, Alberto Ribeiro e a Amália enormes éxitos como : Covilhã, Cidade de Neve , Padre Zé , Triste Sina , Ana Paula, Conclusão, Se Os Meus Olhos Falassem , Sol de Inverno, Da Janela do Meu Quarto, Lisboa é Sempre Lisboa, Procuro e Não te Encontro, Amigos Só e Nada Mais, Ou Tarde ou Cedo e Sou Alfacinha da Graça. Nóbrega e Sousa faleceu em Lisboa em 2001.Em 2003 a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu ao arruamento designado por Rua B, Malha 3, de acordo com o disposto na alínea v) do n.º 1 do art.º 64 do Decreto-Lei 169/99, de 28 de Setembro de 1999, o seguinte topónimo:
RUA NÓBREGA e SOUSA

MÚSICO

1913 - 2001

quinta-feira, 3 de maio de 2007

João Villaret


João Henrique Pereira Villaret nasceu em Lisboa em 1913 e depois de concluir seus estudos no Conservatório Nacional do Teatro estreou-se no Teatro Nacional D.Maria II em 1931 na peça “Leonor Teles”. João Villaret foi um dos maiores actores e, um dos maiores encenadores que conhecia a arte de preparar o cenário para representação. João Villaret foi sem dúvida o maior declamador por sua versatilidade nos diversos géneros de teatro desde o drama, comédia e poesia. Entre os seus éxitos se sua própria autoria encontram-se Senhor Estrangeiro, Leilão, Como é Diferente o Amor em Portugal, Balõezinhos e Recado a Lisboa. Anibal Nazaré, Nélson de Barros e Victor Almeida escreveram Fado Falado que João Villaret tornou eterno. Faleceu em Lisboa em 1961 apôs doença prolongada.
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FADO FALADO

Aníbal Nazaré, Nelson de Barros e Victor Almeida
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Fado Triste
Fado negro das vielas
Onde a noite quando passa
Leva mais tempo a passar
Ouve-se a voz
Voz inspirada de uma raça
Que mundo em fora nos levou
Pelo azul do mar
Se o fado se canta e chora
Também se pode falar
Mãos doloridas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos insofridas, mãos plangentes
Mãos frementes e impacientes
Mãos desoladas e sombrias
Desgraçadas, doentias
Quando à traição, ciume e morte
E um coração a bater forte
Uma história bem singela
Bairro antigo, uma viela
Um marinheiro gingão
E a Emília cigarreira
Que ainda tinha mais virtude
Que a própria Rosa Maria
Em dia de procissão
Da Senhora da Saúde
Os beijos que ele lhe dava
Trazia-os ele de longe
Trazia-os ele do mar
Eram bravios e salgados
E ao regressar à tardinha
O mulherio tagarela
De todo o bairro de Alfama
Cochichava em segredinho
Que os sapatos dele e dela
Dormiam muito juntinhos
Debaixo da mesma cama
Pela janela da Emília
Entrava a lua
E a guitarra
À esquina de uma rua gemia,
Dolente a soluçar.
E lá em casa:
Mãos amorosas na guitarra
Que desgarra dor bizarra
Mãos frementes de desejo
Impacientes como um beijo
Mãos de fado, de pecado
A guitarra a afagar
Como um corpo de mulher
Para o despir e para o beijar
Mas um dia,
Mas um dia santo Deus,
Ele não veio
Ela espera olhando a lua, meu Deus
Que sofrer aquele
O luar bate nas casas
O luar bate na rua
Mas não marca a sombra dele
Procurou como doida
E ao voltar da esquina
Viu ele acompanhado
Com outra ao lado, de braço dado
Gingão, feliz, levião
Um ar fadista e bizarro
Um cravo atrás da orelha
E preso à boca vermelha
O que resta de um cigarro
Lume e cinza na viela,
Ela vê, que homem aquele
O lume no peito dela
A cinza no olhar dele
E o ciume chegou como lume
Queimou, o seu peito a sangrar
Foi como vento que veio
Labareda atear, a fogueira aumentar
Foi a visão infernal
A imagem do mal que no bairro surgiu
Foi o amor que jurou
Que jurou e mentiu
Correm vertigens num grito
Direito ou maldito que há-de perder
Puxa a navalha, canalha
Não há quem te valha
Tu tens de morrer
Há alarido na viela
Que mulher aquela
Que paixão a sua
E cai um corpo sangrando
Nas pedras da rua
Mãos carinhosas, generosas
Que não conhecem o rancor
Mãos que o fado compreendem
E entendem sua dor
Mãos que não mentem
Quando sentem
Outras mãos para acarinhar
Mãos que brigam, que castigam
Mas que sabem perdoar
E pouco a pouco o amor regressou
Como lume queimou
Essas bocas febris
Foi um amor que voltou
E a desgraça trocou
Para ser mais feliz
Foi uma luz renascida
Um sonho, uma vida
De novo a surgir
Foi um amor que voltou
Que voltou a sorrir
Há gargalhadas no ar
E o sol a vibrar
Tem gritos de cor
Há alegria na viela
E em cada janela
Renasce uma flor
Veio o perdão e depois
Felizes os dois
Lá vão lado a lado
E digam lá se pode ou não
Falar-se o fado.

sábado, 28 de abril de 2007

Paulo Parreira, Na Frente da Fila


Paulo Parreira nasceu em Lisboa em 1970 e começou a tocar Guitarra Portuguesa aos 16 anos de idade. Entre os grandes fadistas que acompanhou destacam-se os nomes Argentina Santos, Beatriz da Conceição, Manuel de Almeida, Camané, Mafalda Arnauth e Rodrigo. Foi o guitarrista principal no Palco do Fado durante a Expo’98. Em 2001 formou o grupo instrumental Trinadus com João Veiga na viola, Anne Hermant em violoncelo e Maria Castro-Balbi em violino onde lançaram dois discos. Em 2004 formou o Trio D’Corda com Luís Pontes na guitarra clássica e Ricardo Cruz em contrabaixo. Paulo Parreira já gravou vários discos como solista lançados pela editora Estoril na série Lisboa, Cidade do Fado com João Veiga na viola e Joel Pina na viola-baixo. Realizou numerosas digressões pelo estrangeiro como guitarrista acompanhante de fado e é convidado para actuar em colobrações não relacionados com o fado como e exemplo Pavarotti & Friends. Ao escutar Paulo Parreira oiço uma pessoa que tem domino absoluto do seu instrumento, acordes distintos e perfeitos, e uma sonoridade de trinados nostálgicos de Armandinho, Raúl Nery, António Parreira juntamente com o seu próprio estilo. Na minha opinião Paulo Parreira é, no presente, o melhor executante da Guitarra Portuguesa por a sonoridade dos tons breves, semibreves, e diatónicos que emprega tanto nas composições de sua própria autoria como nas variações e musicas populares.

sábado, 17 de março de 2007

Maria da Fé


Maria da Conceição Costa Marques Gordo nasceu no Porto em 1945 e sonhou de ser fadista desde os nove anos de idade. Apresentou-se e venceu um concurso de cantadeiras amadoras quando tinha 14 anos, o que venceu, e antingiu a sua estreia em palco no Teatro Vale Formoso do Porto. Quando tinha dezoito anos mudou-se para Lisboa e começou a cantar em casas de fados principalmente na Adega Machado e no Casino de Estoril. Em 1967 lançou o seu primeiro disco dedicado somente a fado em que realizou bastante sucesso com os temas Valeu a Pena e O Primeiro Amor. Durante os anos dos 70s o seu nome é reconhecido a nível nacional e nos continentes da Asia, America do Súl e em toda a Europa. Maria da Fé alcançou o seu maior sucesso discográfico com “Cantarei Até Que A Voz Me Doa” nos anos dos 80s e também com outros éxitos como: Pode Ser Mentira, Divino Fado, Obrigado, Vento do Norte e Fado Errado. Hoje Maria da Fé continua na gerência do seu restaurante típico Senhor Vinho e faz parte do elenco Entre Vozes junto a Alice Pires, Alexandra e Lenita Gentil. Foi e é uma grande fadista bem castiça.

sábado, 10 de março de 2007

Ercília Costa


Ercília Costa, a artísta que é distinguida como a primeira estrela internacional do Fado de Lisboa, nasceu na Costa da Caparica em 1902. Ercília Costa aprendeu e trabalhava no ofício de costureira para um alfaiate na Rua da Escola Politécnica mas tinha um sonho de cantar e de ser artísta. Em 1918, por conseguinte de um anúncio pela Conservatória de Lisboa apresentou-se para a audição em que procuravam cantores. Ercília Costa foi escolhida mas a récita acabou por não se realizar no local previsto do Teatro de São Carlos e resumiu a sua vida habitual. Em 1925 Ercília Costa já era conhecida a nível nacional e tinha o cognome de “A Santa do Fado” por sua aparência no palco e sua maneira pessoal. Por este próprio motivo havia um jornal de padres em Lisboa por nome “A Voz” em que os padres mandaram-lhe comparecer para auferir do nome de Santa. Em entrevista da RTP Ercília Costa respondeu aos padres, “Eu sei que não sou Santa. Até sou casada, nunca vi nenhuma Santa casada. É o povo quem me chama Santa. O que é que eu posso fazer?”. Por essas alturas Ercília Costa cantava em várias casas típicas e retiros entre eles O Ferro de Engomar e o famoso Café Luso que era dirigido pelo Armandinho que foi o guitarrista que a acompanhou nas suas primeiras gravações em 1929. Em 1939 Ercília Costa actuou no Pavilhão Português na Feira Mundial em Nova Iorque e desta representação nos Estados Únidos permaneceu marcante como a primeira fadista internacional. Actuou também em Hollywood e acabou de assegurar amigos entre eles Bing Crosby, Cary Cooper e Joe Dimaggio. Durante os anos dos 40s Ercília Costa continuou a cantar no Café Luso e em 1952 actuou no filme de Perdigão Queiroga “Madragoa”. Retirou-se da vida artística em 1954 e faleceu na sua casa em Algés em 1986

sexta-feira, 9 de março de 2007

Alberto Ribeiro


Alberto Ribeiro nasceu em Ermesinde em 1920, foi actor de cinema, tenor e fadista. Foi um cantor que fácilmente atingia as notas escritas com um timbre soave e forte. Gentil, paciente, bom colega e humilde são algumas palavras que definam o seu jeito pessoal. Actuou ao lado da Amália no filme “Capas Negras” com a inesquecível cancão de Raúl Ferrão “Coimbra”. Nunca foi divulgado publicamente as razões do seu afastamento dos palcos e microfones desta voz inigualável e única. Alberto Ribeiro deixou-nos poucas gravacões mas das poucas existentes provam que foi um cantor maravilhoso e conquistou enormes éxitos entre eles: Coimbra, Adeus Lisboa, Carta do Expedicionário, Serenata dos Olhos Verdes, Marco do Correio, Última Carta e o Fado Hilário. O magnânimo e inconfundível, que o público não o esquece, Alberto Ribeiro faleceu em 2000.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Lucília do Carmo


Lucília Nunes de Ascenção Carmo nasceu em Portalegre em 1920. Estreou-se no Retiro da Severa em 1936 e foi nesta casa que a sua voz e talento manisfestou a atenção dos proprietários e empresários das maiores casas típicas de Lisboa. Em 1947 abriu a sua própria casa de fados por nome de Adega da Lucília ( Mais tarde mudou o nome para O Faia) na Rua da Barroca em Bairro Alto quando regressou do Brasil aonde viveu durante cinco anos. Lucília do Carmo realizou poucas digressões pelo estrangeiro e foi pena que não gravou mais discos. Entre os seus éxitos encontram-se: Leio em Teus Olhos, Travessa da Palha, Maria Madalena, Não Gosto de Ti, Preciso de Te Ver, Senhora da Saúde e Antigamente. Lucília do Carmo retirou-se da vida artística na decada dos anos dos 80s e é considerada com uma das melhores vozes que o fado conheceu. Faleceu em Lisboa em 1999.

quarta-feira, 7 de março de 2007

Raul Ferrão


Agora escrevo de um senhor que nasceu em Lisboa em 1890 que foi oficial do exército, engenheiro químico, professor e um dos fundadores da Sociedade Portuguesa de Autores. Mas é como compositor que o nome de Raul Ferrão fica sinónimo com os bons momentos da música Portuguesa. Raul Ferrão escreveu a música para revistas, filmes, teatros, operetas, marchas e fados. Em canções para filmes destacam-se: A Canção de Lisboa, Maria Papoila, A Aldeia da Roupa Branca e A Varanda dos Rouxinóis. Entre os fados que foi compositor: O Cochicho, Velha Tendinha, Rosa Enjeitada, Velho Friagem, Fado das Caldas, Maria Severa e o Fado Carriche. Quem não conhece Adeus na voz da Júlia Barroso, Lisboa Não Sejas Francêsa que a Amália popularizou e Não Gosto de Ti por Lúcilia do Carmo. A sua criação com maior sucesso, sem dúvida, em que conquistou recordes de vendas nacional e internacional foi a melodia Coimbra originalmente cantada por Alberto Ribeiro em 1947 no filme Capas Negras. Raul Ferrão faleceu em Lisboa em 1953.

segunda-feira, 5 de março de 2007

O Fado da Severa



Maria Severa Onofriana nasceu em Lisboa em 1820, o seu nome incessante referência como a primeira cantadeira do fado. Segundo as lendas Maria Severa levou o fado para as ruas da Mouraria aonde ele existia somente dentro das tabernas. Segundo as lendas e a imaginação do escritor Júlio Dantas, Maria Severa desempenhou determinado romance com o Conde de Vimioso o Dom Francisco de Paula Portugal e Castro. Conhecimento exacto destes acontecimentos não existem nem provas de tal. Por conseguinte restão-nos dúvidas e símbolos semelhantes a uma fabula. O que se torna evidente são os dados no livro de óbitos da Paróquia de Socorro em Lisboa que Maria Severa faleceu às 21 horas no dia 30 de Novembro de 1846 na Rua do Capelão Nº35-A-Loja com a causa de morte congestão cerebral. Cítando a mesma fonte, indica que às 16,30 horas no dia 1 de Dezembro de 1846 o seu funeral entrou no cemitério do Alto de São João e, que foi sepultada no dia 2 de Dezembro de 1846 às 7 horas numa vala comum. As lendas e histórias aumentaram apôs a morte da Severa e o Conde de Vimioso e, elevou o fado para a classe dos aristocratas que o próprio Rei D.Carlos aprendeu a tocar guitarra Portuguesa com lições do popular guitarrista da época João Maria dos Anjos. A legação da Severa é que a sua lenda, maior e amplicada mais com os anos que se passam, foi este o seu fado.

sexta-feira, 2 de março de 2007

Fernanda Maria


Maria Fernanda Carvalheira dos Santos nasceu em Lisboa em 1937 começando desde muito nova a sua vocação como fadista. Chegou a ser conhecida como “A Miúda do Alto do Pina” talvez porque a sua carriera se iniciou nas mesmas alturas de Tristão da Silva. Com apenas 12 anos de idade gravou o seu primeiro disco e a sua estreia como fadista profissional ocurreu no Parreirinha de Alfama. Nos anos dos 60s Fernanda Maria realizou o seu sonho com a abertura da sua casa típica Lisboa à Noite, local atraente para as grandes estrelas do fado num ambiente onde os apontadores do fado e os fadistas de nome reuniram-se para ouvir a canção de Lisboa. Fernanda Maria realizou digressões pelo estrangeiro e gravou mais de 80 discos com enormes sucessos como: Zanguei-me Com O Meu Amor, A Mais Linda Canção, Alamares, Desilusão e Não Passes Com Ela à Minha Rua.O nome Fernanda Maria será sempre ligado ao fado e referente como uma das melhores fadistas de Lisboa.

quinta-feira, 1 de março de 2007

António Mourão


António Manuel Dias Pequerrucho nasceu em Montijo em 1936 e foi um artísta versátil que trouxe para o fado umas das mais bonitas vozes até hoje. Além do grande fadista que é, António Mourão foi actor, foi personagem da rádio na Emissora Nacional e cantou fado-canção e folclore. A sua estreia como fadista profissional foi no Parreirinha de Alfama mas, foi no palco do Teatro Maria Vitória que surgiu o seu maior sucesso “Ó Tempo Volta Para Trás” na revista “E Viva o Velho” onde por curiosidade o público deslocava-se proposidamente para escutar a voz de António Mourão. Seu grande interesse pela poesia nacional como os poetas José Carlos Ary dos Santos, Fernando Pessoa e António Alexo ainda hoje se manifesta. António Mourão foi recipiente de vários troféus e prémios mas, afastou-se do meio artístico por razões pessoais. Foi celebre artísta e fadista e, é ainda hoje sinónimo dos bons momentos e clássicos da música Portuguesa.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Carlos Gonçalves


Carlos Gonçalves nasceu em Beja em 1938 iníciando a sua aprendizagem na guitarra Portuguesa aos 15 anos de idade.Durante os anos dos 50s acompanhou os grandes nomes do fado como Argentina Santos, Fernando Farinha, Maria Teresa de Noronha e Alfredo Marceneiro. E, tocou nas casa típicas entre elas: O Arreda, A Toca, A Severa e O Embuçado. Mas, foi em 1968, que começou a colobração com a Amália e foi seu guitarrista privativo mais de trinta anos até à morte da fadista consagrada. Carlos Gonçalves é um grande compositor de músicas com os enormes éxitos: O Fado Chora-se Bem, Obsessão, Grito, Alma Minha e Lágrima. Em 2004 gravou o seu primeiro disco como solista com composições da sua própria autoria e outras obras do Armandinho, Jaime Santos, Artur Paredes, José Nunes e Carlos Paredes. Durante uma entrevista nos Estados Únidos por o jornalista Francisco Resendes afirma Carlos Gonçalves sobre o nome do seu disco Essência da Guitarra Portguesa, “O critério foi tocar composições dos cinco guitarristas que todos juntos fazem a melhor guitarra que existe e que nunca mais ninguém fará melhor. São eles: Armandinho, Artur Paredes, Jaime Santos, José Nunes e Carlos Paredes. Digo são eles porque apesar de já terem morrido, continuam vivos, porque estão aí os seus discos. Daí o nome do disco.” Como profissional domínia o seu instrumento com um trinado perfeito, acordes profundos e técnica superior em que a guitarra soluça. Carlos Gonçalves continua com actuações nacionais e internacionais e também ensina no Museu do Fado em Lisboa. “Grito” foi escolhido por a Amália para ser cantado no seu funeral. Carlos Gonçalves representa a nós a oportunidade de escutar um dos melhores executantes da guitarra Portuguesa de sempre.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Agradecimento


Ontem recebi um email de uma pessoa residente em Santarém,que lê este meu blog,e pediu me para escrever também em Inglês para antingir mais pessoas em divulgação do fado.Claro que agradeço o facto de este blog chegar aos olhos de muitas pessoas como não tinha essa a espectativa.Decidi criar este espaço da internet porque sinto que existem muitos artístas que estão esquecidos,sem divulgação das suas gravações e que fizeram grande parte do panorama Português.Acho que isto encontra-se bem evidente pelo facto da existência de vários sítios dedicados aos artístas modernos e relativamente pouco ou nada aos grandes fadistas,poetas,violistas e guitarristas do passado.Porém,foi e continua a ser o objectivo deste blog para que as grandes vedetas do passado não fiquem no passado infinito.Continuo como objectivo primário para a conservação do fado de Lisboa e,com todo o respeito às cidades do Porto e de Coimbra que também têm o fado.
How to Define Fado?
Fado is a distinct genre of music completely and exclusive to Portuguese people.Fado,by definition,in Portuguese means fate or destiny.However,when pertaining to fado it’s definition is elevated to emotions,expressions,thoughts,tears and laughter.Saudade:the presence of what is absent,the yearning and that melancholious emotion.The saudade is in the heart of all Luso people,it is an aspect of our DNA and a great part of the poetry in the fado.Consequently,this is the reason that the fado is incapable of reaching the altitude of significance with any other nationality.Fado can take us back to a time to sense the bouquet and the ambience of the old Rua do Capelão where Severa trod and sang in the ancient Mouraria.Without argument the brilliance of a piano etude or a variation from a violin or viola are indeed musical endearments as well as masterpieces.However,three or four notes from a Guitarra Portuguesa will invariably evoke saudade,passion and pride of the Luso race.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Frei D.Hermano da Câmara


Hermano Vasco Villar Cabral da Câmara nasceu em Lisboa em 1934.Com o grande amor pelo fado e junto com os seus irmãos António e Luis começaram um retiro de fados na cave da residência aonde viviam com os seus pais.Em 1959 Frei Hermano da Câmara lançou o seu primeiro disco e, sucessos como o Fado do Bacalhau e Guitarra Chora Que Eu Canto surgiram.Em 1961 decidiu dedicar-se à religião para a Ordem de São Bento,como monge,no Mosteiro de Singeverga aonde viveu até 1983 e nasceu um dos mais conhecidos éxitos Fado da Despedida.Nos anos dos 70s gravou canções espirituais como o enorme éxito Vilikiya Owato e Avé Maria mas depois ficou dez anos sem gravar por motivo das suas obrigações conventuais.Com sua voz destincta e clara óbteve vários sucessos com os fados:A Minha é Toda Oca,A Rosa Disse a Saudade,Estrada dos Pobres,Malmequer Pequenino,Fado da Oliveira e O Rapaz da Camisola Verde.Nos anos 80s Frei Hermano da Câmara fundou Os Apóstolos de Santa Maria e todos os lucros das suas gravações revertem para esta fundação.É um fadista muito querido pelos apontadores do fado com digressões internacionais e segundo a António Chainho,“É muito fácil acompanhar valores como o Frei Hermano da Câmara”.Em 2006 marcou as Bodas de Oiro de carreira artística com o disco “Cantar é Rezar” e sempre será considerado um fadista de raíz.

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Recordando o Querido Max


Maximiano de Sousa nasceu em Funchal,Madeira em 1918 e foi um cantor,actor,personagem da rádio,compositor e fadista.Max aprendeu o ofício de alfaiate mas o gosto da música e sonho de óbter sucesso não ia passar por uma ilusão.Chegou a Lisboa em 1946 no conjunto de Tony Amaral,de que foi fundador,era o baterista e vocalista.Seu primeiro éxito foi Fado Mayer de Armandinho e poema de Linhares Barbosa mais conhecido por “Não Digas Mal Dela”.Durante os anos 40s e 50s Max colobrou com Humberto Madeira no programa Passatempo do Rádio Clube Português e com Eugênio Salvador na revista Saias Curtas.Max realizou várias digressões pelo estrangeiro nos Estados Únidos,Canadá,Angola,Àfrica do Sul,Brasil,Moçambique e Argentina.De sua própria autoria seguiram-se vários sucessos destacando-se:Bailinho da Madeira,Nem às Paredes Confesso,Tingo Lingo Lingo,Noite,Fiz Leilão de Mim e Pomba Branca.Max,faleceu em 1980,foi um dos artistas mais queridos do público.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Alcino Frazão,Prodígio da Guitarra Portuguesa


Alcino Frazão nasceu em Lisboa em 1961 e desde menino manifestou um talento para a guitarra Portuguesa que,com apenas 15 anos tornou-se profissional.Acompanhou os grandes nomes do fado incluíndo o seu irmão Carlos Zel,Fernando Maurício e a Amália e,foi o guitarrista privativo do Paulo de Carvalho.Foi pioneiro em utilizar a guitarra de Coimbra (com a afinação Si,Lá,Mi,Si,Lá,Ré) no fado Lisboeta mas,foi o seu enorme talento e dedilhar à moda antiga que o destingue como um excelente executante das doze cordas. Alcino Frazão gravou apenas um disco em que apresentou duas composições de sua própria autoria:Portugalícia e Improviso em Ré.Faleceu num acidente de viação próximo de Cascais em 1988 e foi considerado o melhor guitarrista da sua geração.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

Recordações do Manuel de Almeida


Manuel Ferreira de Almeida nasceu no bairro da Bica em 1922 e desde muito novo gostou de cantar o fado.Quando tinha 15 anos apareceu num espectáculo de amadores e cantou e,apesar dos convintes pelos empresários,decidiu ficar na sua profissão de sapateiro.Em 1951 decidiu tornar-se profissional e estreou-se na Tipóia aonde seu estilo castiço foi aplaudido pelos verdadeiros fãs do fado.Mais tarde começou a actuar no Lisboa à Noite e depois no Forte D.Rodrigo local aonde se manteve o resto da sua carreira.Manuel de Almeida foi um talentoso poeta tendo registo na Sociedade Portuguesa de Autores,cumpriu várias digressões pelo estrangeiro e gravou em excesso de 50 discos.De Manuel de Almeida guardo boas recordações de um homem sempre bem desposto,humilde e sentimental.Foi no Forte D.Rodrigo,com a casa esgotada,que lhe pedi para cantar “Eu Fadista Me Confesso” e sem hesitação ele indicou para o António Parreira e Francisco Gonçalves qual iria ser o próximo fado para eles tocarem.Quando o acabou,ao inteiro agrado da casa,virou-se para a minha mêsa e apontou dizendo,“ Era esta que querias não era?” Manuel de Almeida foi considerado um dos últimos fadistas castiços,faleceu em 1995.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

O Inconfundível José Nunes


José Nunes Alves da Costa nasceu no Porto em 1916 e foi um dos poucos guitarristas de quem Artur Paredes tinha grande admiração.Tornou-se profissional aos 20 anos com estreia o no Café Mondego e com o seu estilo inconfundível também no Café Luso e no Solar da Alegria. Foi um dos primeiros guitarristas na rádio,aonde colaborou com a Emissora Nacional em programas dedicados ao fado. José Nunes gravou em excesso de 50 discos em que acompanhou Fernando Farinha, Beatriz da Conceição,Alfredo Marceneiro e outros fadistas famosos.José Nunes gravou um disco,que eu tenho,com José Inácio na viola e José Vilela na viola-baixo em que deixou-nos com uma enorme recordação da sua abilidade técnica,talento e execução tanto nas suas composições:Fado Bolero,Variações no Fado Paloma,Caixa de Música e numerosas variações e arranjos.Em cada uma das casas de fado e recintes em que actuou José Nunes foi sem dúvida o vedeta e será conhecido como um dos melhores guitarristas de sempre. José Nunes faleceu em 1979.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O Fadista Romântico


António Maria de Matos nasceu no Porto em 1924 conhecido como Tony de Matos durante uma carreira em excesso de quarenta anos referido pelo cantor romântico.Foi apresentado no teatro e chegou a ter programas na rádio como O Comboio das Seis e Meia.Foi actor de cinema em vários filmes nacionais: A Canção da Saudade,Os Rapazes do Táxi e O Destino Marca a Hora.Seu primeiro éxito na canção foi “Cartas de Amor” e no fado foi “Procuro e Não Te Encontro”.Foi contratado no Café Luso para cantar dez vezes por mês aos calorosos aplausos de admiradores da sua voz forte e de um homem simples.Foi pessoa muito humilde e era tanta a admiração que tinha pela a Amália que alterou um verso do fado Lisboa à Noite quando o gravou e cantou. Tony de Matos viveu durante oito anos no Estados Unidos e regressou a Portugal no princípio dos anos 80 aonde em 1985 lançou o álbum "Romântico" que teve enorme sucesso.A sua popularidade levou-o a realizar digressões ao estrangeiro e voltou aos estudios em 1988 para gravar o seu último disco "Romântico".Tony de Matos faleceu em Lisboa em 1989.

domingo, 11 de fevereiro de 2007

O Poeta de Amália


David Mourão-Ferreira nasceu em Lisboa em 1927 e foi um dos mais notados poetas de Portugal.Além de ter escrito obras de poesia e literatura, David Mourão-Ferreira será imortalizado como o letrista da Amália.Barco Negro,Maria Lisboa e Primavera são fados relacionados com e,devido a Amália este poeta chegou a todos os Portuguêses. David Mourão-Ferreira escreveu 14 livros de poesia e 6 livros de ficção e foi vencedor de onze prémios nas diversas áreas que escreveu.Entre os fados que letrou para a Amália:Nome de Rua,Solidão, Madrugada em Alfama,Abandono, e Libertação. David Mourão-Ferreira faleceu em Lisboa em 1996 e deixou-nos obras eternas.

sábado, 10 de fevereiro de 2007

Rodrigo,Ser Fadista é Ser Assim


Rodrigo Ferreira Inácio nasceu em Lisboa em 1941 e gostou de cantar desde criança.De origens pobres abandonou os estudos quando tinha apenas onze anos e começou a trabalhar para ajudar a familia.Decidiu tornar-se profissional nos anos dos 70s e gravou vários discos que antingiram enormes éxitos:Eu Sou Povo e Cantou Esperança,Coentros e Rabanetes e Cais do Sodré.É pessoa muito humilde sem vaidades e um grande patriota que se observa nos fados que canta como:Ser Português e Daqui Houve Nome Portugal.No início dos anos 80 abriu a sua casa de fados em Birre pelo nome Forte D.Rodrigo aonde a tradição do fado está bem iluminado com fadistas e guitarristas de alto nível.As sua digressões pelo estrangeiro são numerosas mas,nunca falta presênça no Natal dos Hóspitais.Rodrigo é um grande fadista e apontador de histórias e lendas relacionado com o fado.Tenho aquase todos os discos do Rodrigo mas o meu preferido é Histórias,Lendas e Baladas.O fado beneficiou com a presênça do Rodrigo e Deus queira que ele continua por longos anos

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

O Saudoso Carlos Zel


António Carlos Frazão nasceu na Parede em 1950 e tornou-se fadista profissional aos dezassete anos de idade conhecido pelo nome Carlos Zel.Este castiço fadista foi apresentado várias vezes na Emissora Nacional,em casinos e foi o fadista de raça em várias casas de fado.Foi sócio fundador da Academia da Guitarra e o Fado.Carlos Zel fez parte do grupo de artistas durante o Expo98 e realizou diversas digressões na Inglaterra,França,Austria e Suiça.Carlos Zel participou em peças do teatro:A Severa,Ai Quem Me Acode e Aldeia da Roupa Suja.Na espressão e maneira de cantar para mim foi quem melhor cantou Loucura por autoria do Júlio de Sousa.Carlos Zel na opinião de muitos admiradores do fado foi considerado um dos últimos puros fadistas.Era irmão do Alcino Frazão,o grande guitarrista.Com a emoção,mudança de voz e as pausas “E se voçês não estivessem ao meu lado... não havia fado...nem fadistas como eu sou”.Carlos Zel faleceu em 2002 e deixou-nos um vão que será insubstituível

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Armandinho


Armando Augusto Freire nasceu em Lisboa em 1891.Desde criança dedicou-se à Guitarra Portuguêsa e com apenas 14 anos estreou-se numa casa típica na Madragoa.Em termos de executantes da guitarra foi de estilo individual e de trinado perfeito.Armandinho teve grande influência em outros grandes mestres como Raúl Nery, José Nunes e Jaime Santos.Armandinho foi o compositor de tantos fados entre eles: Fado do Armandinho, Fado São Miguel, Fado Estoril, Fado Fontalva e o Fado Mayer.Destas lindas melodias nasceram dezenas de outros fados e variações nas mãos dos grandes mestres da guitarra Portuguêsa.Já naquele tempo Armandinho realizou várias digressões pelos Açores e Madeira, Angola,Moçambique, Brasil e Argentina.Faleceu em 1946 e tão enorme foi a sua contribuição ao fado e à guitarra Portuguêsa que em 1999 a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu à Via 2 à Rua do Vale Formoso de Cima o seguinte topónimo:
RUA ARMANDINHO
GUITARRISTA
1891-1946

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

O Conjunto de Guitarras de Raúl Nery


Ao convite da emissora nacional em 1959 formou-se o Conjunto de Guitarras de Raúl Nery.A junção perfeita de quatro excelentes músicos que tinham uma dominação e sonoridade dos seus instrumentos tão perfeito e inconfundível.Na primeira guitarra Raúl Nery, em segunda guitarra Fontes Rocha,à viola Julio Gomes e no viola-baixo Joel Pina.O quarteto viajou com frequência às ilhas dos Açores e Madeira,África e Brasil.A sua fama internacional resultou-lhe num contrato com a orquestra Inglesa de George Melachrino com quem gravou o disco “Lisbon at Twilight” que obteve enorme sucesso.Durante uma década este conjunto foi responsável para a maioria de gravações de Fernando Farinha e Maria Teresa de Noronha entre outros artistas.Em certas alturas Carlos Gonçalves foi presente no conjunto em segunda guitarra quando Fontes Rocha retirou-se quando sofria da coluna. Raúl Nery retirou-se da vida artística no principio dos anos 80s e Julio Gomes faleceu nos anos 90s.Fontes Rocha ainda hoje é considerado um grande guitarrista e Joel Pina acompanhou a Amália até o fim da sua carreira.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

O Rei da Mouraria


Fernando da Siva Maurício nasceu no Bairro da Mouraria,em Lisboa em 1933. Foi o maior fadista da sua geração, apesar de não gravar aquele montante de discos que se caracteriza como maior artista.Pois,Fernando Maurício sempre prefiriu cantar em frente ao público e não para um microfone.Confessando-se aos que estiveram presentes no Café Latino, Os Marialvas e no Café Luso durante os anos 50s e 60s.Entre seus enormes éxitos distinguam-se Deixem-me Ser Assim,Diz-me Mãe,Voltei ao Cais. Em 2001 recebeu Comenda da Ordem de Mérito pelo Presidente da República no Coliseu.Infelizmente em 2003 e, quotando os ultimos versos do seu Testamento Fadista...Parto com a alma a sorrir...Deixando por testamento...minha voz para todos vós.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Portuguese Blues?


É comparação sem pés nem cabeça dizer-se que o Fado é o Portuguese Blues porque não têm qualquer semelhânça.Blues é sem duvida a espressão do povo Afro-Americano,o canto e a magoa sentida de um povo perante a escravidão.Verdade sim os blues deram origem e influência a outros típos de musica popular Americana mas não do fado nem para o fado.Quem querer comparar o fado com os blues é igualar a Arethra Franklin com Amália.Nos tempos de hoje as cantoras do fado querem esta comparação existetente para poderem vender mais discos e porque hoje em dia o que elas cantam não oferece a saudade como os fadistas de antigamente.O fado é a espressão máxima do povo Português...a saudade.Em que aspecto tem os blues a saudade?A saudade é sentir-mos perto o que está longe.É fechar os nossos olhos e sentir-mos aquela emoção,aquele lugar,aquele sabor e cheiro.Enfim,a saudade é a sensação que senti-mos e evoca-mos como Portuguêses.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Hermínia Silva


Hermínia Silva Leite Guerreiro nasceu em Lisboa em 1913.Quando somava apenas 7 anos já cantava para os amigos Alfredo Marceneiro e Armandinho que adoravam de ouvir a pequena míuda cantar. Ainda muito jovem a sua presença era notada nos retiros de fado de Lisboa e os empresários rapidamente a quererem-lhe contratar. Hermínia Silva foi uma notável estrela da revista em que participou em mais de cinquenta revistas e filmes de cinema.Talvez,e ignorado por muitos daquele tempo e,ainda mais hoje,foi a capacidade que Hermínia Silva tinha para desenvolver a potência da guitarra Portuguêsa.O Solar da Hermínia foi a sua casa típica onde o seu estilo,seu fado bem fadistão,era escutado para os fanáticos da canção de Lisboa.Entre seus éxitos foram Fado da Melancia,Fado da Sina,A Tendinha e Rosa Engeitada.Faleceu em Lisboa em 1993.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Tristão da Silva



Soave e forte,a voz de veludo,são algumas palavras para definir aquele que gravou Aquela Janela Virada Para O Mar,Em Cinco Minutos, Antes Só,Se Os Meus Olhos Falassem e tantas canções que ficaram como musicas clássicas no panorama Português.Manuel Augusto Martins Tristão da Silva nasceu em Alenquer em 1927 e quando teve estreia no Café Mondego era apenas conhecido como O Miúdo do Alto do Pina cuje o cognome pelo concurso que ganhou no seu bairro residente em Lisboa.Foi um dos pioneiros artistas na divulgação do Fado-Canção em que tornou-se
Um grande fenómeno tanto em Portugal como no estrangeiro.Era uma pessoa divertida,humilde e sem vaidades e que o povo acarinou.Não lhe era necessário utilzar microfones pois a sua voz tinha o timbre e sonoridade para qualquer salão e casa de fado.”Ao por os olhos no mundo....Tristão,tristonha a espressão....que o meu pai disse profundo...achei-lhe o nome Tristão” são os primeiros versos do Fado Tristão.E,fado Tristão foi o seu fado falecendo num brutal acidente de viação ocorrido em Lisboa em 1978.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

O Miúdo da Bica


Fernando Tavares Farinha nasceu no Barreiro em 1928. Aos 7 anos já cantava nas casa tipícas de fado e lhe valeu o cognome .A sua carreira foi de 53 anos em que lançou gravações de emormes éxitos como Belos Tempos,Deus Queira,Não Isso Não,Destino Marcado,Canção de Lisboa,Fado das Trincheiras e centenas mais.Em 1962 foi prémiado Rei da Rádio e o seu sucesso encontrou-se durante as decadas dos 60s e 70s.Foi um artista muito querido pelos emigrantes Portuguêses espalhados pelo mundo e realizou diversas digressões pelo estrangeiro e,foi numa delas ao Canadá em 1984 que o conheci pessoalmente e mantive como amigo até a sua morte em 1988.O Miúdo da Bica foi uma pessoa simples,nostalgica e gostava de discutir política.Desposto para ajudar,foi um grande poeta e tocava viola aonde musicou diversos dos seus poemas.Foi casado cerca de quarenta anos e sem filhos e, morou mais de trinta anos na mesma casa na Rua Maria Pia aonde eu frequentei várias vezes.Foi um dos primeiros fadistas a gravar e actuar com a presênça do instrumento viola-baixo tocado pelo Joel Pina no celebrado Conjunto de Guitarras de Raúl Nery.Foi respeitado por outros artistas afastados do fado e seus grandes amigos foram Tristão da Silva,Manuel de Almeida,Raúl Nery e António Calvario.De Fernando Farinha eu estimo um disco em que fui eu o responsável por a foto na capa.No dia 13 de Julho de 2005 a Câmara Municipal de Lisboa manifestou a sua total concordância de Atribuir à Via 5 à Via 3 à Rua do Vale Formoso de Cima o seguinte topónimo:
RUA FERNANDO FARINHA
FADISTA
1928-1988

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Pobre Fado

Pobre fado que eu adorei...tão feio te vejo agora.
O fado é uma das coisas que podemos afirmar que é verdadeiramente de origem Portuguêsa.Grande pena que eu sinto que os fadistas de hoje não o cantam com dignidade e respeitar-lhe as humildes origens.Tem gráça que alguns fadistas de hoje até dizem que não gostam do ambiente das casas de fado.Isto é algo de curiosidade porque é contrário às raíses do fado em que era canção do gingão e não dos marqueses.Um fadista tem que ser humilde,de conversa e sobretudo pessoa em que o povo tenha acesso.Claro,isto é apenas a minha opinião e tenho direito a espressar que,com um pouco de desgosto,vejo hoje o fado malogrado e com pouco sentimento.Temos que acompanhar a evolução do mundo e tal se justifica mas acho que será dificíl o fado ter outra vez fadistas como até o final da decada de 1980.